Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

quinta-feira, março 27, 2008

Esboço de diálogo

O diálogo a seguir ocorreu na firma e futuramente pode fazer parte de algum episódio da sitcom. As falas se referem a um funcionário que foi demitido (que chamaremos de Demitido) sem receber seus direitos trabalhistas.

- E o Demitido? Como ele está?
- Ele está bem. Agora está ganhando a vida botando a firma no pau. Para preencher o restante do tempo, trabalha em outra empresa.

domingo, março 23, 2008

O seriado da firma

Nossos produtores estavam revendo os episódios anteriores que se passam no núcleo firma e perceberam como eram felizes e não sabiam, pois os redatores tinham muito mais imaginação para criar obstáculos para Eu. Passados quase dois anos depois do primeiro esboço do seriado, as histórias começaram a ficar repetitivas, tratando dos mesmos assuntos, apesar de algumas trocas de personagens. Colegas chatos e ineficientes, superiores que não se importam com a carga de trabalho "dividida" com a criadagem, todos os episódios da sitcom giram em torno do díptico (palavra pedante, não?) excesso de trabalho x poucos elogios/aumento de salário.

Em uma reunião da alta cúpula criativa do seriado, foi aventada a possibilidade de transformá-la em uma trama sombria e triste, beirando a desesperança. Mas a minissérie Queridos Amigos da Globo já faz isso com muita competência, por isso, foi decidido que continuará sendo uma sitcom. E os roteiristas, em conjunto com os produtores começaram a pensar(finalmente) em um nome para o seriado. Por enquanto estamos trabalhando no nome provisório de Uma Firma do Barulho, já que muitos dos acontecimentos são dignos das comédias mais nonsenses da Sessão da Tarde. Senão, vejamos os últimos ocorridos na firma.

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Véspera de Páscoa, tarde. Eu recebe uma ligação "pedindo" para que ele vá trabalhar para refazer um trampo. Para isso demora apenas cinco minutos. Para ir à firma ele demorou uma hora. Para voltar para casa, mais uma hora.

Véspera de Páscoa, noite. Eu recebe uma ligação do cliente dizendo que tem uma logomarca errada. Eu percebe que trocou a tal logomarca de lugar.

Domingo de Páscoa, bem de manhã. Eu decide acordar cedo para ir ao trampo corrigir rapidamente seu erro. Para ir à firma ele demorou uma hora. Para voltar para casa, mais uma hora. Para corrigir o erro, cinco minutos.

Domingo de Páscoa, de manhã. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo novamente. Eu volta para firma. Para refazer o logo, demorou cinco minutos. Para ir para a firma, uma hora.

Domingo de Páscoa, hora do almoço. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo de outra maneira. Eu já estava na firma. Para corrigir o logo demorou cinco minutos.

Domingo de Páscoa, começo da tarde. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo novamente, mas de outra maneira. Eu já estava na firma. Para corrigir o logo demorou cinco minutos.

Domingo de Páscoa e a tarde avançando. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo mais uma vez, mas de outra maneira. Eu já estava na firma. Para corrigir o logo demorou cinco minutos.

Domingo de Páscoa e daqui a pouco começa o jogo. Eu recebe uma ligação do cliente e... tchan-tchan-tchan-tchaaan! Dizendo que está tudo certo!

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Parece algum episódio do Chaves transposto para o núcleo firma? Se a resposta for positiva, estamos no caminho certo.

Já estamos elaborando o texto das chamadas da sitcom: "nessa firma do barulho, os clientes muito loucos aprontam as maiores confusões!"

quarta-feira, março 19, 2008

O Pretensioso Crítico - Metal Gear 4

Os leitores devem estar se perguntando, mas que raios é Metal Gear 4? Pois é, mais uma vez frustasmos nossos fiéis leitores (se é que tem alguém aí lendo) e afirmamos que trata-se de um jogo de videogame. Calma, não fiquem decepcionados pois explicaremos o motivo de tanta motivação.

A última vez que o Crítico jogou videogame foi há mais de 15 anos, na época do finado Mega Drive. Desde então, nunca mais colocou suas mãos em um controle de games. Porém, ao assistir o trailer desse jogo, um comichão fez com que sua vontade de jogar voltasse. Bem, trata-se, trocando em miúdos (e os gamemaníacos não gostarão dessa descrição táo irrisória) , de um jogo de guerra. Porém, tanto o trailer quanto a demonstração de Hideo Kojima, criador do game, mostram como a história é tão envolvente e rica quanto os melhores filmes de ação do cinema roliudiano.


No livro Hamlet no Holodek, a pesquisadora e professora do MIT Janet Murray explica como a tecnologia pode ajudar na condução de uma narrativa digital. Partindo dos jogos de RPG, passando pelos primeiros jogos de videogame e chegando as atuais possibilidades tecnológicas. Sua preocupação é indicar caminhos possíveis para que o usuário imerso num ambiente fictício possa não apenas se entreter com um jogo, mas também sentir as mesmas emoções que um filme ou um romance poderiam proporcionar. O título vem de um exercício de imaginação que exeplifica onde Murray quer chegar. Holodek é uma sala do seriado Jornada nas Estrelas onde o usuário pode entrar e interagir em um mundo fictício, podendo interagir com os personagens contidos nele. E Hamlet, nos desculpem, mas nos recusamos a tecer maiores explicações.


É claro que o parágrafo acima é uma pura desculpa pedante para a compra de um videogame de última geração.

segunda-feira, março 17, 2008

De volta à firma

Com o fim das férias, Eu teve que se relembrar do uso da palavra "trabalho". Diversas expressões com essa palavra foram reaparecendo em diálogos do dia a dia à medida que os dias passavam, como "muito trabalho", "trabalho demais" e "trabalho escravo".

Porém, um "trabalho mala pra caral..." reapareceu depois de alguns anos sumido. O cliente do referido projeto, cujo nome não divulgaremos por motivo de ética (mas podemos afirmar, para que nossos queridos leitores não se sintam perdidos, que se trata de uma indústria de eletro-eletrônicos com sede em um país oriental que fica próximo à Coréia do Norte e cujo nome se resume a duas letras do alfabeto romano, sendo que seu slogan é Life's Good). Não se sabe o motivo de tanto perfeccionismo estético, sendo que eles possuem um gosto, como diremos, ímpar. Eles se entregam tanto às melhorias do serviço dado pela firma que não exitam em sugerir idéias e mudanças a qualquer hora do dia (ou da noite).

No "Ano 1"de Eu na firma, fazendo um trabalho para esse cliente, nosso personagem conseguir ficar vinte e quatro horas seguidas trabalhando devido a essas constantes (como diremos...?) sugestões de alterações das idéias inicialmente acertadas. Na época tratava-se de um recorde pessoal, um resultado muito acima do que Eu já havia se proposto trabalhar.

Desta vez o estrago não foi tão estrondoso quanto o acontecido no "Ano 1". Isso ocorreu não pela mudança de atitude do cliente referido, mas sim, porque havia outros personagens envolvidos na feitura do trampo que acabaram se fud..., digo, trabalhando mais.

Como acontecia no final de cada episódio do seriado de animação oitentista "He-man e os Mestres do Universo" quando os personagens conversavam com os telespectadores e contavam a moral da história, esse post irá fazer o mesmo com seus queridos leitores: não comprem nenhum produto dessa grande empresa de eletro-eletrônicos que foi assunto desse post. Ela maltrata funcionários de firmas que prestam serviços para elas. Obrigado.

sábado, março 15, 2008

O Pretensioso Crítico - BBB 8

Depois de fazer duas considerações pedantes seguidas, o Pretensioso Crítico se volta a um assunto considerado demasiadamente popular para seu cérebro cult e pedante: o "Big Brother Brasil 8" (também conhecido como BBB 8). Antes de mais nada, o Crítico diz que gostou desse programa. "Como assim?", vocês devem estar pensando. Sim amados leitores, vocês não são analfabetos e entenderam perfeitamente a frase acima.

E a polêmica se acirra pois o Crítico apoiava a permanência do dr. Marcelo, o psiquiatra malvado da trama, que agora pode colocar no seu currículo o fato de ser ex-BBB. As observações desse doutor ditas no decorrer do programa fizeram a trama biguibrodiana avançar de uma maneira dramaturgicamente interessante.

Comecemos apontando sua personalidade dúbia, que fazia com que os telespectadores não o entendessem completamente, como ao afirmar logo de início que era homossexual e nos últimos dias de sua participação dizer que não era mais. Protagonizou um dos episódios mais emocionantes e tensos dessa edição do BBB quando discutiu com o fortão corno (como era o nome dele mesmo?). Suas observações acerca dos participantes da trama foram essenciais para o bom desenrolar dos acontecimentos ocorridos na casa (ou seria mais correto dizer mansão?) Fora seu gestual tão expressivo que só adicionava significados para seus dizeres.

Digam o que quiserem acerca do programa, seja que ele promove apenas corpos sem cérebro, ou que tudo é combinado para iludir o público. As edições que se preocupavam em resumir os fatos ocorridos durante a semana eram exemplarmente editadas, melhor que muita dramatugia praticada na televisão.

Porém, desde a saída do dr. Marcelo na última terça-feira, o Crítico parou de acompanhar esse programa, que voltou a ser odiável para ele, como foram as últimas sete edições. Ok, admitimos que o Crítico gostou do BBB3 (aquele que tinha a Sabrina) e o primeiro Casa dos Artistas (aquele que tinha o Papito). E quando o Pretensioso Crítico estava zapeando e parou no "Project Runway" e não conseguiu mais mudar de canal? Bom, aí já é outra história.

quarta-feira, março 12, 2008

O Pretensioso Crítico - Arrufos

Desta vez, o Pretensioso Crítico foi assistir a uma peça teatral cult, ou seja, com pedância para todo lado. "Arrufos"é encenado pelo Grupo Teatro XIX (leia-se "Dezenove" ao invés de "chish"como pensava o nosso burrinho Crítico), os mesmos das premiadas peças "Hygiene"e "Hysteria".

E, como era de se esperar, a peça, que conta três histórias, todas elas tendo como tema comum o amor, é surpreendente. Não se trata daquele tipo de teatro conhecido tradicionalmente com a platéia sentada em um lado e o palco com os atores do outro. Os atores ficam numa arena, cercado pela platéia, que fica imersa no meio do cenário da peça, rodeada por abajures. A imersão se completa quando os atores começa a interagir diretamente com a platéia, fazendo-nos parte da peça, com diálogos improvisados e tudo mais. É claro que isso aumenta a tensão do Pretensioso Crítico que ficou o tempo inteiro pensando "putz, o próximo vai ser eu!". Felizmente a interação ocorreu, mas de uma maneira tranqüila.

O teatro, apesar de uma ser uma arte inventada há milênios, ainda guarda muitas surpresas agradáveis para o espectador.

É claro que essa percepção foi feita por um fulano que vai pouco ao teatro.

sexta-feira, março 07, 2008

O Pretensioso Crítico - Musicais

O Pretensioso Crítico se revolta contra o filme musical. Em uma semana, ele assistiu um musical no cinema e outro no teatro. E, a partir de então, ficou pensativo e começou a fazer as (in)devidas comparações entre essas duas linguagens. Pois vamos aos fatos.

O filme é "Sweeney Todd - O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet", de Tim Burton. Conhecendo sua filmografia, já era de se esperar um filme lírico, porém bastante sombrio. Aliás, talvez seja seu filme mais violento e pessimista. Mas deixemos essas impressões de lado, já que muitos outros críticos saberão descrevê-lo melhor. O que o Pretensioso Crítico quer dizer aqui é o estranhamento de assistir pessoas cantando ao invés de conversar. E, ao contrário dos grandes clássicos musicais (como os de Gene Kelly), não há nenhuma grande cena de dança de encher os olhos.

O musical do teatro é "Os Produtores", de Mel Brooks e Thomas Meehan, com adaptação de Miguel Falabella. O Pretensioso Crítico acabou comparando essa versão com a versão cinematográfica (2005) e reparou que as piadas são muito mais engraçadas na peça do que no cinema. As músicas também são mais gostosas de ouvir na versão teatral. Sendo que tanto na versão brasileira quanto na versão cinematográfica roliudiana foi cercada dos profissionais mais competentes.

E onde o Pretensioso Crítico quer chegar com tudo isso? Que ele está um pouco entristecido com o cinema.