Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

domingo, março 23, 2008

O seriado da firma

Nossos produtores estavam revendo os episódios anteriores que se passam no núcleo firma e perceberam como eram felizes e não sabiam, pois os redatores tinham muito mais imaginação para criar obstáculos para Eu. Passados quase dois anos depois do primeiro esboço do seriado, as histórias começaram a ficar repetitivas, tratando dos mesmos assuntos, apesar de algumas trocas de personagens. Colegas chatos e ineficientes, superiores que não se importam com a carga de trabalho "dividida" com a criadagem, todos os episódios da sitcom giram em torno do díptico (palavra pedante, não?) excesso de trabalho x poucos elogios/aumento de salário.

Em uma reunião da alta cúpula criativa do seriado, foi aventada a possibilidade de transformá-la em uma trama sombria e triste, beirando a desesperança. Mas a minissérie Queridos Amigos da Globo já faz isso com muita competência, por isso, foi decidido que continuará sendo uma sitcom. E os roteiristas, em conjunto com os produtores começaram a pensar(finalmente) em um nome para o seriado. Por enquanto estamos trabalhando no nome provisório de Uma Firma do Barulho, já que muitos dos acontecimentos são dignos das comédias mais nonsenses da Sessão da Tarde. Senão, vejamos os últimos ocorridos na firma.

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Véspera de Páscoa, tarde. Eu recebe uma ligação "pedindo" para que ele vá trabalhar para refazer um trampo. Para isso demora apenas cinco minutos. Para ir à firma ele demorou uma hora. Para voltar para casa, mais uma hora.

Véspera de Páscoa, noite. Eu recebe uma ligação do cliente dizendo que tem uma logomarca errada. Eu percebe que trocou a tal logomarca de lugar.

Domingo de Páscoa, bem de manhã. Eu decide acordar cedo para ir ao trampo corrigir rapidamente seu erro. Para ir à firma ele demorou uma hora. Para voltar para casa, mais uma hora. Para corrigir o erro, cinco minutos.

Domingo de Páscoa, de manhã. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo novamente. Eu volta para firma. Para refazer o logo, demorou cinco minutos. Para ir para a firma, uma hora.

Domingo de Páscoa, hora do almoço. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo de outra maneira. Eu já estava na firma. Para corrigir o logo demorou cinco minutos.

Domingo de Páscoa, começo da tarde. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo novamente, mas de outra maneira. Eu já estava na firma. Para corrigir o logo demorou cinco minutos.

Domingo de Páscoa e a tarde avançando. Eu recebe uma ligação do cliente "pedindo" para refazer o logo mais uma vez, mas de outra maneira. Eu já estava na firma. Para corrigir o logo demorou cinco minutos.

Domingo de Páscoa e daqui a pouco começa o jogo. Eu recebe uma ligação do cliente e... tchan-tchan-tchan-tchaaan! Dizendo que está tudo certo!

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Parece algum episódio do Chaves transposto para o núcleo firma? Se a resposta for positiva, estamos no caminho certo.

Já estamos elaborando o texto das chamadas da sitcom: "nessa firma do barulho, os clientes muito loucos aprontam as maiores confusões!"

1 Comments:

Blogger wicca said...

ha!
fui na loja de chocolates em frente a firma e pensei se voce estaria trabalhando na santa sexta.
acho fiquei na fila do ovo por mais tempo que voce arrumando todas as logomarcas de maneiras diferentes...
: )

12:57 AM

 

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