Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

domingo, setembro 13, 2009

O Pretensioso Crítico - Metal Gear 3


Videogame pode se tornar uma forma de comunicação pedante? Se depender das opiniões do Pretensioso Crítico, sim.

 

Se ainda há algum leitor que acompanha esse espaço, certamente está pensando: "vai falar de videogame de novo!?!" É... vamos... não tem jeito...

 

Em Hamlet no Hollodeck: o futuro da narrativa no ciberespaço, Janet Murray projeta sobre as narrativas num ambiente digital, no qual é possível o espectador interagir com a obra  e não apenas assistir passivamente. O Pretensioso já havia mostrado toda suas opiniôes pretensiosas sobre o assunto num post antigo. Pois bem, ultimamente bastante entretido jogando diversos videogames, se deparou com um jogo que além de ter uma boa jogabilidade, também trouxe uma história envolvente. Trata-se de Metal Gear 3, desenvolvido por Hideo Kojima em 2004 para o console Playstation 2. Sua continuação, Metal Gear 4 também já foi comentada no tal post antigo.

 

Em seu livro, Murray fala sobre o jogo Planetfall  (1983) no qual o personagem controlado pelo jogador é acompanhado por um robô em suas missões. Porém, em uma delas, o robô se sacrifica para que o herói possa prosseguir em sua missão. De acordo com Murray, esse sacrifício era um baque para o jogador por ser uma atitude completamente inesperada, potencializando a dramaticidade da história do game. Ou seja, não basta ser um jogo altamente tecnológico, mas também dramaticamente bem construído. 

 

Em Metal Gear 3, jogamos com o espião estadunidense Snake que, infiltrado numa floresta na Unão Soviética em plena Guerra Fria, tem que destruir uma geringonça mortal e tentar salvar o cientista que o desenvolveu das mãos do inimigo. Mas, no decorrer do jogo, como um verdadeiro filme de espionagem, nos aliamos a uma espiã que nunca sabemos ao certo se devemos confiar, além de descobrirmos que aquele em que mais acreditamos virou a casaca.

 

Nessa história, a vira casaca atende pelo nome de Boss e foi quem ensinou Snake nas artes da luta e da espionagem. O vídeo que abre este post é uma das últimas cenas do jogo, no qual é mostrado a morte da Boss após uma luta contra Snake. Talvez vista sem contexto, a cena pareça um pouco exagerada em sua dramaticidade e maneirismos, mas depois de ter acompanhado a saga de Snake para cumprir sua missão é uma cena deveras emocionante. Quando a Boss pede para que Snake a mate, é o próprio jogador que é obrigado a apertar o botão e disparar o gatilho, aumentando ainda mais  a dramaticidade da cena para o jogador.

 

Certamente, pelo menos para o Pretensioso Crítico, esse jogo prova que o enredo de um videogame não precisa ser um mero pretexto para o jogo. Segundo ele (só ele, salientamos), trata-se de uma obra-prima do gênero (se é que pode se chamar assim). Exagerado, o Pretensioso Crítico afirma que os jogos digitais já podem ser considerados uma nova forma de expressão artítisca, do mesmo modo que o cinema e os quadrinhos.

(Os mantenedores deste blog não se responsabilizam pelas opiniões escritas acima. Achamos que o Pretensioso Crítico já está ficando pinel.)