Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

sábado, fevereiro 28, 2009

O Pretensioso Critico - Literatura

O Pretensioso Crítico comemora com muito orgulho uma marca deveras pedante: a leitura de cinco livros somente nesse ano que mal começou. Se há uma crise na economia planetária, não há uma coisa semelhante nos hábitos intelectuais de nosso tão pretensioso personagem, que já superou a média de leitura do brasileiro médio.

Mas, o que ele não conta é o tipo de leitura na qual ele se aventurou. Recordemos, antes de mais nada, os livros lidos pelo Crítico no ano passado, em ordem de leitura:

1 - O Processo, de Franz Kafka. 
Porém, o Pretensioso Crítico demorou exatos dois anos para "lê-lo". E demorou tanto para "concluí-lo" que perdia o fio da meada entre uma leitura e outra. Consideramos que um clássico desses devia ser lido novamente pelo Crítico, mas com mais vontade.

2 - Biografia do José Mojica Marins, o Zé do Caixão.
Trata-se, na verdade, de um catálogo de uma mostra feita para o CCBB, que contém uma entrevista com o realizador e resumos críticos de todas a suas obras. Rigidamente, foi o único livro que o Crítico leu no ano passado.

Nesse ano da crise, o Pretensioso Crítico já leu os seguintes livros:

1 - Trabalhos de Amor Perdidos, de Jorge Furtado.
Obra que faz uma releitura moderna da peça homônima de Shakespeare.  Muito bom, segundo o Pretensioso Crítico, que leu esse livro em menos de uma semana. "Se o Jorge Furtado fizer uma adaptação cinematográfica de sua própria obra, daria um filme brilhante, à altura de suas melhores obras cinematográficas", conclui pedantemente o Crítico.

2 - ?
Obra da qual o Pretensioso Crítico não lembra o nome nem o autor. Quando pedimos para ele contar a história ele diz não se lembrar e desconversa logo em seguida, usando a estratégia básica nesse tipo de situação: perguntar sobre o tempo ("será que hoje chove?") Portanto, podemos supor que esse segundo livro seja uma inverdade.

3 - A Décima Segunda Noite, de Luis Fernando Veríssimo.
Obra que faz uma releitura moderna da peça Noite de Reis, de Shakesperae. Faz parte da mesma série do livro do Jorge Furtado listado acima. Quando perguntado sobre o livro, o Pretensioso Crítico apenas diz, "é... como poderei definir... legalzinho....". 

4 - Pega pra Kaput!, de Luís Fernando Veríssimo, Moacyr Scliar, Edgar Vasquez e Josué Guimarães.
Obra escrita pelos quatro autores citados acima, que se revezavam na escritura dos capítulos. Detalhe que torna o livro curioso: cada autor tinha que continuar a história da maneira que quisesse, pois não havia uma história fechada a ser seguida. Isso torna o livro bem nonsense, já que a trama, no final das contas, não tem pé nem cabeça. Mais um que o Pretensioso Crítico definiu como "legalzinho" e logo em seguida mudou de assunto.

5 - Poirot Sempre Espera e Outras Histórias, de Agatha Christie.
"Estou quebrando esse preconceito contra autores muito best-sellers", disse o Pretensioso Crítico (como se Luís Fernando Veríssimo não fosse um best-seller). E continuou: "Não consegui desgrudar os olhos desse livro, pois a leitura é muito gostosa, dando vontade de descobrir logo o autor do crime." 

E qual é a atual leitura do Pretensioso Crítico?

6 - Neuromancer, de William Gibson.
Livro de 1984 que inspirou o filme Matrix. Até agora é o livro mais pedante do ano, com muita descrição de cenas e criação de termos e objetos inexistentes. O que está dando um certo trabalho no tempo de leitura. Candidato a se tornar "O Processo" dos próximos dois anos.