Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

terça-feira, agosto 12, 2008

O Pretensioso Crítico - Encarnação do Demônio

Nas últimas semanas, o Pretensioso Crítico ficou se entretendo com a leitura de um livro dedicado à carreira de José Mojica Marins, criador do ícone do terror nacional, o Zé do Caixão. Feito como uma espécie de catálogo de luxo para uma mostra de seus principais filmes realizada no ano de 2007 no Centro Cultural Banco do Brasil, o livro contém uma entrevista com o diretor, e resumos críticos de toda sua grande obra.

E, por concidência, seu mais recente filme, A Encarnação do Demônio estreou nos cinemas paulistanos recentemente, com um anúncio de que fora selecionado para uma mostra paralela no próximo Festival de Veneza.

O Pretensioso Crítico já conhecia os filmes anteriores do personagem Zé do Caixão: À Meia Noite Levarei Sua Alma e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver. Além de outros filmes de terror dirigidos pelo Mojica, como o genial O Despertar da Besta.

E o que nosso amargo crítico achou do novo filme? Pois bem, vamos por partes:

Não há dúvida que trata-se de um filme do Mojica, já que traz questionamentos sobre o que seria o terror da vida das grandes metrópoles, como os dramas da crianças de rua e a violência policial; as cenas de terror explícito cumprem a sua missão de serem aterrorizantes; seus delírios visuais, como aquela que tem a participação do Zé Celso Martinez Corrêa está a altura dos melhores delírios já criados por Mojica.

Mas o que atrapalhou um pouco a boa fruição do nosso Pretensioso Crítico foi, justamente, a interpretação do ator José Mojica Marins. Isso mesmo, estupefatos leitores. O Crítico não conseguia se distanciar daquela figura trash e curiosa que aparece em programas popularescos da televisão vestida de cartola e sobretudo que vive rogando pragas para as câmeras. E assim, perdeu um pouco da aura de terror que o personagem deveria imprimir. Nos filmes antigos do personagem citados nos parágrafos anteriores isso não acontece já que trata-se de um Mojica jovem (e, assim, muito diferente da figura que conhecemos hoje) e pelas delimitações técnicas da época, sua voz era dublada por um outro ator. Esses detalhes fazem com que não haja a identificação com a figura do Zé do Caixão propagada pela televisão atual.

De qualquer forma, é uma volta bem vinda e o Pretensioso Crítico torce para que mais filmes dirigidos pelo Mojica surjam.

E a próxima missão do Pretensioso Crítico e Batman - O Cavaleiro das Trevas. Quando várias pessoas dizem que pagarima mais uma sessão de cinema para assistir o filme de novo é que aí tem coisa.

quarta-feira, agosto 06, 2008

A Demissão - Episódio 5

Logo nas primeiras horas, as férias do Chefe estava chegando a níveis insuportáveis para Eu. Com a grande demanda de trabalho, nosso azarado personagem estava se sentido dentro de uma história de Kafka:

Dia 1 - manhã

Eu - Bom, já que não temos tempo a perder, vamos começar o trampo.

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Dia 1 - "fim" do expediente

Mensageiro das Más Notícias - O cliente diz que não quer mais aquilo que ele pediu. Ele quer algo mais "impactante".

Eu - Mas eu fiquei o dia inteiro trabalhando nisso... Vou ter que começar do zero...
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Dia 2 - manhã

Eu - Está bem. Vamos começar do zero.

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Dia 2 - "fim" do expediente

Mensageiro das Más Notícias - O cliente mandou um e-mail pedindo várias modificaçõezinhas. Leia aqui.

Eu - ... Mas todas essas "modificaçõezinhas" vai alterar tudo que eu fiz hoje! Vou ter que começar do zero...

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Dia 3- manhã

Eu - De novo eu vou ter que começar do zero! Nem acredito!

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Essa rotina de sempre começar do zero continuou durante muito e muito tempo, parecendo o filme "Feitiço do Tempo". Para o espectador do filme pode ser engraçado (e é!), mas para aquele que está vivendo (como o personagem do Bill Murray no filme citado), um grande pesadelo que não tem fim.

E para nosso desolado personagem, essas não foram as únicas agruras que ele teve que aguentar nesse período de recesso do Chefe.