Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

segunda-feira, novembro 15, 2010

Acontecimentos Jocosos 3

Recapitulando com ligeireza os últimos acontecimentos da nossa trama, a Velha Firma passa por grandes mudanças estruturais feitas para inglês ver. Uma delas foi o anúncio de obras faraônicas para agregar melhor as equipes.


Segundo os mandatários, uma das causas dos péssimos números apresentados nos últimos relatórios de finanças é a segregação de cada setor da Velha Firma. Ou seja, cada departamento fica isolado em sua própria sala, o que propicia um distanciamento dos profissionais que estão envolvidos no mesmo projeto.


Para resolver tal questão, foi proposto a quebra das paredes. Assim todos trabalhariam juntos e unidos em torno de um mesmo ideal: a satisfação do cliente e do Dono da Firma! Porém, como sempre, não querem saber da opinião dos colaboradores. Mas qual o motivo de tanto ceticismo por parte desse que vos escreve, devem estar pensando nossos animados leitores? Simples, será a nossa resposta. Basta revisarmos um pouco o histórico da Velha Firma nos nossos arquivos.


Obras faraônicas, dignas de um Maluf já foram realizadas na Velha Firma. A última, pelo que nossos leitores se lembram foi a construção de uma nova sede em plena crise econômica mundial. Com o intuito de fazer uma construção com uma arquitetura elegante e charmosa, colocaram janelas escuras que não permitem que se enxergue o lado de fora, deixando o ambiente bem elegante, mas claustrofóbico. Mas o importante é manter o glamour, não?


Em reformas anteriores, foi proposto a arquitetura estilo clean, com paredes brancas que indicariam um ambiente moderno e limpo, trazendo um bem estar para o cliente que visitasse a Velha Firma. E os colaboradores? Bem, eles não foram consultados e como resultado, um ambiente que não ajuda em nada o bom funcionamento interno. As paredes brancas, que doem os olhos de tão brancas já estão mais pra cinza, com a sujeira que se acumulou. Os ar-condicionados*, colocado em locais estrategicamente errados, congelando apenas uma parte de cada sala onde foram instalados, são bonitos mas, alguns, bem barulhentos. É melhor deixá-los desligados para uma melhor comunicação entre os colaboradores. E alta tecnologia outrora investida nos verdes anos sofrem com o calor, dando sinais claros que estão muito velhos e querendo a aposentadoria o mais rápido possível.


Portas e armários, quando não ficam rangendo clamando por óleo, caem e começa a aventura da burocracia como envio de uma solicitação para orçar o conserto. Vou repetir: uma solicitação para orçar o conserto. Vou repetir mais uma vez para ser bem redundante (para tentar fazer um texto maior do que o de costume): ORÇAR o conserto**! Mais uma vez para não perder a amizade: ORÇAR o conserto! Ou seja, imaginem quanto tempo irá se desenrolar a novela, caríssimos e parquíssimos leitores.


Essas e outras histórias obras/reformas fazem crer que tudo isso que a alta cúpula deseja, como se diz no popular VAI DAR MERDA!


* Uma dúvida avassalou a mente desse pobre pseudo escritor: qual é o plural de ar-condicionado? Ares-condicionados? E mantém o hífen? Grandes questões que talvez nunca serão respondidas...


** Mais uma vez, só pra encerrar, com um variação na pontuação e com todas as letras em caixa alta: ORÇAR O CONSERTO?!? Fiquem com essas palavras e até a próxima!


ORÇAR O CONSERTO...


segunda-feira, novembro 08, 2010

Missão, Visão, Valores

Toda firma que se preze precisa ter elaborado seus objetivos e deveres para com* a sociedade. Para tanto, algum diretor de marketing mundo afora inventou a fórmula que julgou perfeita para todas as empresas do mundo copiarem. Esse marketeiro em questão intitulou seu estatuto de "Missão, Visão e Valores". Mas o que esse blá blá blá entediante está fazendo neste blog?

Calma! Essa introdução serve para começarmos o episódio de hoje tentando explicar para nossos parcos leitores como funciona a mentalidade da Velha Firma aproveitando um clichê do mundo marketeiro. Preparados? Então vamos lá:

Missão: Garantir a perfeição e satisfação, antes, durante e depois da entrega do produto e serviço solicitado pelos nossos clientes.

Visão: Gerar valor de mercado para aqueles que usufruem de nossos serviços com o melhor expertise

Valores: Empreendedorismo, Inovação, Ética, Crescimento Sustentável, Compromisso com o cliente.

Pois bem, é óbvio que o colaborador que escreveu as diretrizes acima usou palavras clichê do mundo corporativo, como crescimento sustentável ou expertise. Ao surgir algum outro palavreado que vire moda no mundo clichezístico do marketing, essa palavra, não tenham dúvidas, será inserida.

No mais, essa pseudo-aula de marketing (amantes da nova língua portuguesa, tem hífen na expressão referida?) ainda é uma introdução (interminável, confessamos) para começarmos um novo quadro no nosso minguado seriado: o "Pode e Não Pode"! Trata-se de um exercício de criação de nossos roteiristas muito simples: vão expor práticas completamente antagônicas da Velhar Firma em casos similares. Confuso a maneira como esse pobre escritor de blog sem audiência explicou? Então vamos ao primeiro episódio desse quadro!

-------------------------------------------------------------------------------------------------------

Eu, não aguentando mais trabalhar loucamente, pede para tirar uns dias de férias, dez, para ser mais exato. Porém o RH afirma que, segundo a legislação, o colaborador (vulgo funcionário) não pode tirar férias em pedaços. Percebendo o estado lastimável de Eu, o RH deixa ele tirar 7 dias de folga.

Em outro caso, Outro Colaborador (vulgo funcionário coitad0) suspende suas férias no meio por aumento de trabalho na Velha Firma. Aí nossos caríssimos leitores se perguntam: mas não chamaram ninguém para ficar no lugar dele? É... parece que ninguém aceitou o cachê proposto...

Conclusão: tirar 7 dias de férias não pode, mas voltar das férias antes pode.

Conclusão 2: o caro colaborador do marketing esqueceu de colocar alguma coisa sobre o bem estar dos colaboradores (vulgos otários) no seu estatuto. Pensando bem, na verdade não esqueceu. A Velha Firma não pensa nisso.

*Esse que vos escreve agradece a oportunidade surgida para usar a expressão "para com", que julga tão culta e necessária para a credibilidade desses escritos tão meticulosos.