Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

domingo, agosto 01, 2010

Um novo personagem

Depois de algumas voltas anunciadas mas não cumpridas, tentamos retornar à nossa programação normal. E para a trama não começar a ficar repetitiva, como era temor de grande parte da equipe de responsáveis exclusivamente por alimentar as tramas desse seriado, nossos roteiristas resvolveram criar um novo personagem: a Consultora de RH, vulgo Psicóloga.

Mas quem é esse personagem misterioso que adentra uma trama tão consolidada no inconsciente coletivo dos brasileiros que lêem esses escritos com avidez? Contratada pelo departamento de recursos humanos da Velha Firma, ela tem como missão melhorar o tão desgastado ambiente de trabalho. Para tanto, ela busca ouvir isoladamente todos os funcionários de um mesmo departamento e buscar soluções para os conflitos internos. Pelo que parece, é como um Big Brother Brasil com um Pedro Bial às avessas, já que a Psicóloga (aparentemente) não busca semear a discórdia.

Pois bem, dizem que os consultores são contratados pelas empresas para solucionar o caos das firmas apontando problemas que todo mundo já sabia que existia e já sabia como solucionar. Mas para colocar em prática essas soluções, os presidentes das firmas precisam pagar muito bem alguém para dizer isso. E é aí que entra uma das características principais desse novo personagem.

Se assistirmos alguns episódios antigos aleatórios da saga de Eu na Velha Firma, perceberemos que um dos problemas comuns e já desgastadamente aproveitados pelos nossos geniais roteiristas é o grandíssimo volume de trabalho, que faz com que Eu seja um workaholic involuntário. Segundo a Psicóloga, como se trata de um problema que atrapalha a "qualidade de vida", nunca mais Eu precisará se preocupar em trabalhar além do seu horário.

Ãhn...?!? Imagino que nossos mais ardorosos fãs (e estamos nos referindo àqueles que vão à convenções temáticas caracterizados com as roupas de nossos personagens) estão boquiabertos e se sentindo traídos. Afinal, ser era tão fácil resolver esse problema, porque não foi resolvido antes? Sim, argumentamos com nossos roteiristas que essa solução para uma reviravolta é demasiadamente simplista e insulta a inteligência de nosso fãs. Mas, agora Inês é morta e vamos seguir em frente nessa nova absurda trama.

E se isso importa ainda, Eu ficou levemente satisfeito com a decisão. Mas... (não percam o próximo capítulo!)