Eu, como Pelé, me trato na terceira pessoa.

quinta-feira, março 01, 2007

Eu, o "engajadinho"

Testando novas possibilidades para o seriado, estava pensando em dar um tom levemente político para trama. Assim poderia deixar ela um pouco mais movimentada. Por conta disso, o personagem Eu se tornará um “engajadinho” em busca de seus direitos nos dois núcleos dramáticos da trama: o da firma e o acadêmico.

Na firma, devido a pasmaceira reinante no período entre o ano novo e o carnaval, Eu decidiu tentar colocar a casa no lugar juntando seus colegas e propondo fazer uma lista apontando problemas e possíveis soluções para apresentar ao Chefe em uma futura reunião.

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Interior da firma. Todos os colegas se reúnem para tentar apontar os problemas e suas respectivas soluções.

Eu – Bom, então vamos começar a nossa reunião.

Colega – Acho que a solução é comprar equipamentos novos pra todo mundo.

Eu – Mas você sabe que eles nunca vão investir maciçamente em novos computadores e outros equipamentos. É muito utópico.

Colega – Então acho que deveríamos reclamar do excesso de trabalho que nós temos. Eu sempre tenho que ficar até mais tarde porque não consigo dar conta!

Eu – Ótimo, está anotada a reclamação.

Colega – Beleza.

Em seguida, Colega vira pro computador.

Eu – Ei! Você não tem mais sugestões?

Colega – Ah, já tem bastante reivindicações. Depois a gente continua. Tem um monte de trampo pra resolver agora.

Colega entra na internet para ver o Orkut.

Colega – Olha que maravilha! A gostosa respondeu meu recado!

E Colega passa o resto do dia orkutiando.

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No núcleo acadêmico algo semelhante acontece. Ao saberem que não vão ter aula com um grande docente da área, como havia sido prometido desde o início, os alunos decidem fazer uma reivindicação:

No bar no intervalo da aula.

Colega Acadêmico – Já sei! Vamos fazer algo diferente! Vamos fazer um vídeo!

Os demais colegas acadêmicos concordam entusiasticamente a proposta.


Eu – Bacana! Mas acho que temos que fazer algo escrito também pra deixar tudo claro e objetivo!

Os demais colegas acadêmicos concordam entusiasticamente a proposta.

Colega Acadêmico – Já sei! Vamos gravar os depoimentos de cada aluno pra mostrar que todo mundo da revoltado!

Os demais colegas acadêmicos concordam entusiasticamente a proposta.

Eu – Bacana! Mas acho que temos que marcar uma reunião com o coordenador do curso o mais rápido possível!

Os demais colegas acadêmicos concordam entusiasticamente a proposta.

Colega Acadêmico – Já sei! Vamos gravar frases de outros teóricos que apontam a importância e sapiência do professor!

Os demais colegas acadêmicos concordam entusiasticamente a proposta.

Eu – Bacana! Mas...

E assim a discussão não tem fim e, o que era uma reivindicação urgente, virou a discussão sobre o sexo dos anjos. Isto é, não está levando a lugar nenhum.

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A reflexão que fica de tudo isso que está acontecendo num mesmo episódio é que o personagem Eu gostaria de saber lidar com as pessoas para ter forças maiores para, pelo menos, tentar convencer os outros daquilo que acredita. Mas sem correr o risco de virar uma espécie de líder involuntário (Eu não quer ser líder de ninguém) ou impor suas idéias. Eu aceita sugestões.

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2 Comments:

Blogger Daemens said...

Carlos Marcos era um merdinha, escroto, feio, não pegava ninguém e ainda ficou inventando essa idéia de revolução.
Manifesto do Partido Comunista é o verdadeiro ópio do povo!

11:40 PM

 
Blogger Rafaela Pires said...

é por isso que eu detesto trabalhos em grupo. defender nossas idéias pode ser muito cansativo.

4:47 PM

 

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